terça-feira, 5 de novembro de 2013

Descrição das Atividades: Dia 2 (02 de setembro)


            As atividades do segundo dia em Brasília tiveram início as 8h30 com o “III Seminário USP-ESAF – Os 40 Anos da Escola de Administração Fazendária”. O seminário teve início com a apresentação do Diretor Geral da ESAF, Alexandre Ribeiro Motta, contando também com a participação de Marcelo Arno Nerling e Douglas Andrade, professores da disciplina, Paulo Maser, Diretor de Cooperação Técnica da ESAF, Luciola Arruda, Diretora de Educação, Maria Lusimeire Pereira e Valéria, Chefe do Cerimonial da Instituição.
            No ano de 2013, a ESAF completa 40 anos de existência legal. Para uma instituição – especialmente pública – este é um feito importantíssimo. Sua criação acontece antes mesmo da previsão constitucional (Art. 39, parágrafo 2) de criação de Escolas de Governo por parte dos entes federados. A ESAF, que tem como missão “Desenvolver pessoas para o aperfeiçoamento da gestão das finanças públicas e a promoção da cidadania”, está subordinada ao Ministério da Fazenda[1]:
            A ESAF tem como objetivo presente o fortalecimento do vínculo entre a Escola e a administração pública. Para tanto, o Mapa Estratégico da instituição para o triênio 2012-2014 prevê como resultados: 1) a promoção do desenvolvimento dos profissionais da administração pública, 2) a consolidação como centro de conhecimento em gestão das finanças públicas e 3) a promoção da cidadania fiscal. Para tanto, foram estabelecidos diversos processos internos que buscam, entre outros, o aprimoramento da seleção de servidores fazendários, a ampliação e diversificação de programas de capacitação, fortalecimento do programa de educação fiscal e a implementação de parcerias estratégicas.
            No que tange a estrutura organizacional, o aspecto que se mostrou particularmente interessante foi a existência de unidades descentralizadas em alguns estados da federação. De acordo com a Portaria 106 de 2008, que estabelece a criação do Regimento Interno da ESAF, a instituição conta com Centros Regionais de Treinamento da Escola Superior de Administração Fazendária – CENTRESAF, subordinados à Direção Geral – DIRGE, nos estados do Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
            Em linhas gerais, as falas dos palestrantes demonstram que a ESAF tem, entre suas principais atividades, não somente a formação inicial da carreira e/ou a continuidade dos estudos necessários para a promoção dos servidores da administração fazendária, mas também um protagonismo como pólo nacional de ensino e pesquisa na área de finanças e orçamento público. Como exemplo, tem-se a “Semana de Administração Orçamentária, Financeira e de Contratações Públicas[2]”, atividade itinerante realizada em todas as regiões do país e que tem como objetivo o treinamento de servidores de outros entes da federação. A ESAF também atua na área da pesquisa, através da promoção de prêmios de monografias, grupos de estudos e pesquisas, cadernos de finanças públicas[3] e cursos de pós-graduação. Há também o desenvolvimento de atividades de educação à distância, incentivando a participação de servidores de outras localidades, como a Escola Virtual ESAF[4], a Escola Virtual ESAF UniSERPRO e a Escola Virtual TCU.
            A ESAF também estabelece a cooperação entre Escolas de Governo no país, como a ENAP (Escola Nacional de Administração Pública), EAGU (Escola da Advocacia Geral da União), entre outras. A cooperação também se estabelece com a academia, com instituições como a Fundação João Pinheiro, Fundação Getúlio Vargas, Universidade de Brasília, a Universidade de São Paulo e com organismos internacionais, entre eles o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, FMI – Fundo Monetário Internacional, OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, UE – União Europeia, entre outros.
            Ainda no dia 02/09, tivemos uma palestra na Escola Nacional de Administração Pública – ENAP – ministrada por Pedro Luiz Costa Cavalcante, Diretor de Comunicação e Pesquisa da Instituição.  A ENAP é uma Escola de Governo, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e tem como missão “desenvolver competências de servidores públicos para aumentar a capacidade de governo na gestão de políticas públicas”[5]. A ENAP atua a partir de quatro linhas articuladas, através do 1) desenvolvimento de competência de direção, 2) formação e desenvolvimento de carreiras, 3) pós graduação e 4) desenvolvimento técnico gerencial para os sistemas estruturantes da gestão pública federal[6].
            No campo do desenvolvimento técnico gerencial, a ENAP oferece cursos, como o Programa de Avaliação Socioeconômica de Projetos, Programa de Capacitação em Gestão Orçamentária e Financeira, Programa de Capacitação em Gestão de Pessoas, entre outros. Há também o desenvolvimento de pesquisas em colaboração com outros órgãos, entre eles a UnB, para o estudo sobre os fatores críticos de sucesso para a inovação em gestão pública.
            A ENAP também desenvolve ações para o apoio à melhoria da gestão dos órgãos na administração federal, bem como para a participação em redes de escolas de governo, como a IBERGOP – Escola Ibero-Americana de Governo e Políticas Públicas. A ENAP atua com ações de cooperação internacional, entre elas o Projeto “Apoio ao Desenvolvimento Gerencial Estratégico do Governo de Moçambique”.
            Por fim, têm especial destaque as publicações da instituição, entre elas a Revista do Serviço Público[7], que teve início em 1937, e o Cadernos ENAP[8], que visa a divulgação de relatórios de pesquisa e temas relacionados à gestão pública.
            Com o fim da visita a ENAP, retornamos à ESAF para a terceira palestra do dia, ministrada pela Professora Lenita Maria Turchi, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. O IPEA tem como objetivo primordial a produção e disseminação de conhecimento técnico com o objetivo de subsidiar as ações governamentais de produção de políticas públicas.
            A professora Maria Turchi apresentou a “Pesquisa sobre atitudes empresariais para desenvolvimento e inovação”[9], organizada juntamente com João Alberto de Negri e Alvaro Comin. A pesquisa utilizou uma amostra de 150 empresas buscando mapear 1) quem são e o que pensam os empresários na direção das empresas inovadoras, 2) a motivação dos empresários para inovar, 3) o papel da interação para inovar e 4) o peso da parceria com universidades para a inovação.
            A pesquisa conclui, entre outros, que o empresariado brasileiro tem a competição internacional como uma oportunidade e um desafio para a inovação. A interação, especialmente com clientes e fornecedores, é essencial para o desenvolvimento da inovação. No entanto, não há a mesma disponibilidade de interação entre empresariado e universidade. A conclusão mais interessante talvez seja sobre a importância do protagonismo do Estado e das políticas públicas para a inovação nas organizações privadas. Segundo o estudo, o papel do Estado como financiador e apoiador dessas ações é fundamental, contrariando em muitos aspectos a perspectiva (neo)liberal.
            A segunda pesquisa apresentada, intitulada “Impactos tecnológicos das parcerias da PETROBRÁS com universidades, Centros de Pesquisa e firmas brasileiras”[10], objetiva o estudo dos impactos inerentes do trabalho conjunto de universidades e a Petrobras para o fortalecimento dessa empresa. De acordo com a pesquisa, as principais contribuições das parcerias são: infraestrutura de pesquisa e novas competências científicas e tecnológicas.
            Ao final do segundo dia tivemos a palestra “O programa nacional de educação fiscal e o preparo para a cidadania”, ministrada por Fabiana Baptistucci. O PNEF está presente em todo o país há 6 anos e tem como missão “compartilhar conhecimentos e interagir com a sociedade sobre a origem, aplicação e controle dos recursos públicos, favorecendo a participação social”[11].
            Fabiana Baptistucci apresentou conceitos como o de participação social, consciência da democracia, educação fiscal e educação financeira. Foram também trabalhados aspectos do sistema tributário nacional, com especial destaque para a LRF, bem como sobre o controle social.
            Por fim, foi proposta uma dinâmica em grupos, abordando diversas questões sobre os temas estudados.

Têm fim as atividades do segundo dia.



[1] Apresentação Institucional: ESAF 40 anos. Brasília – DF, Janeiro/2013.
[5] Planejamento Estratégico ENAP 2012/2015: http://www.enap.gov.br/files/Texto_link2.pdf
[6] Idem.

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