sábado, 6 de dezembro de 2008

nós, de esquerda.


Hipótese
"E se Deus é canhoto
e criou com a mão esquerda?
Isso explica, talvez, as coisas deste mundo".
(Carlos Drummond de Andrade).

Dia desses, durante a missa, estava eu a ler como de costume o envangelho. Nunca me prendo ao capítulo e muito menos ao versículo usado na leitura, mas confesso que esse em especial me chamou a atenção. Era o evangelho de Mateus onde se fazia a separação das pessoas boas e daquelas que iriam arder lá embaixo. Até ai tudo bem, a bíblia é repleta de profecias. Acontece que era dito que todos os bons ficariam do lado direito e a galera do mal, os trastes da sociedade, adivinhe? esquerdo! Fiquei cabreira. Decidi pesquisar a origem desse pré-conceito sobre o lado "ruim" do corpo e sabe o que eu descobri? Todos os santos e camaradas de Deus estão sentados ao seu lado direito. Os gregos acreditavam que Deus falava a orelha direita e o "esquentadinho" na esquerda. Durante a Idade Média milhares de pessoas foram mortas pelo simples fato de escreverem com a mão "errada". No Oriente Médio as esposas nunca devem tocar o marido com a mão esquerda. Pra comer uma bóia na China só pegando com a direita. Os teachers de antigamente batiam nos alunos com réguas e minha avó obrigou o filho dela a ser destro logo que começou a escrever. Coitadinho...
Sem contar as infâmes expressões: "Eita, fulano! Levantou com o pé esquerdo hoje, hein?".
Você, sentadinho aí, deve estar pensando: "Essa garota é doida, qual o problema, faz parte da cultura e blá,blá,blá". Eu não tiro sua razão! Acho que pensaria o mesmo se não fosse por um pequenino detalhe: Eu sou canhota. Pegar o garfo, a caneta, copos, cadernos, chutar, pintar são todas atividades desenvolvidas por meu querido lado esquerdo do corpo, o lado "ruim" e mistificado, sabe? E acreditem, é díficil viver num mundo onde tudo é feito pra'queles que são destros. Réguas, tesouras e o maRdito do abridor de latas são objetos impossíveis de serem usados por nós, de esquerda. Tente! Além disso, o método de ensino deveria ser diferenciado para ambas as necessidades motoras, já que é comprovado cientificamente que canhotos e destros absorvem e desenvolvem suas habilidades e sua inteligência de forma diferente.
Não é fácil mudar a cabeça de uma geração, imagine de séculos e séculos de tradições.
E pra completar vejo a frase de um dos meus escritores mais queridos tentando explicar o motivo da perdição do mundo.
Bem, cada um vai interpretar de forma diferente. Eu gosto de pensar que se Deus fez o mundo usando a mão esquerda, ele é sem sombra de dúvidas um de nossos canhotos mais ilustres.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008


acho que a gente não vai saber o que perdeu naquelas aulas! :D
a verdade é que eu nunca vou esquecer desse dia, da Juliana atrás da gente e da tia Luzia na biblioteca.


amo vocês,

sem mais.



domingo, 2 de novembro de 2008

tudo vai virar passado no futuro!


every new beginning comes from some other beginning's end ... '




vamos viver! (?)



sábado, 1 de novembro de 2008




"A vida fica muito mais fácil
se sabemos onde estão os beijos de que
precisamos".

Carmen: A pequena grande mulher.

Carmen Miranda era uma mulher bem baixinha, razão pela qual sempre usou aqueles saltos quase que impossíveis de se equilibrar. Contudo, lá do alto dos seus 1,53, Carmen teve uma visão privilegiada e respeitosa do que é ser brasileiro. Hoje, infelizmente só hoje, tive a noção do que fora essa mulher. Mesmo sendo 'expulsa' de nosso país por alguns poucos, ela nunca deixou de ser amada e pricipalmente de amar o Brasil. Viveu e morreu nos States, mas sempre que possível dava um 'alô' pro pessoal de cá, desafiando aqueles que exigiam dela um inglês quase que constante. Carmen foi a moça branca que usou e encarnou a beleza negra da Bahia, do Olodum, nas suas roupas, no seu jeito de falar, de se mover, de atuar. Quantos fizeram e farão uso da sua imagem e da famosa cesta de frutas na cabeça. Usos corretos e outros deturpados. Mas hoje, infelizmente só hoje, percebi o quão rica e ao mesmo tempo desvalorizada é nossa cultura. Gostamos e idolatramos músicas, roupas, costumes e palavras estrangeiras como se fossem parte de nós e nos esquecemos que pra saber onde vamos é preciso também saber de onde viemos. Sou Bruna, BRASILEIRA e fã de Carmen, uma mulher como nenhuma outra, uma mulher que segundo ela mesma, só precisava de um prato de sopa e a liberdade de cantar pra ser feliz.


Eu na imensidão.

Sempre que volto de Ktá City, a grande metrópole de Minas Gerais, percebo o quão imensa é São Paulo. Prédios da altura do céu, caminhões barulhentos e robustos, pessoas indo e vindo, na maioria das vezes sem destino, fazem um contraste gigantesco com minha grande cidade de 50 mil habitantes. Porém, confesso que nunca tinha sentido esse diferença e o quanto sou pequenina perto dessa grande potência. Um dia desses, voltando pra casa e ouvindo Paramore (tudo bem, nada inspirador!), olhei pra fora e vi umas pessoas tomando ônibus à meia noite. Me senti como elas. Desamparada, num grande buraco, onde muitos, senão todos, não olham pra mim, não me conhecem e nem ao menos sabem quem sou. São Paulo é assim. Fria, distante, escura. E muitos de nós passarão por aqui e serão esquecidos, como todos os outros que o mesmo fizeram e tiveram suas lembranças e memórias apagadas. Por isso, fico com minha Cataguases, princesa da zona da mata.
Onde tudo é diferente, onde tudo é quente.




sexta-feira, 8 de agosto de 2008

As 5 regras do amor.

Tudo bem. não sou a melhor pessoa pra falar sobre relacionamentos. pra ser sincera, nunca tive tantos assim pra tornar meu texto plausível e confiável. por isso, recomendo a leitura de "Ria agora para não chorar depois" , de Evandro Augusto Daolio. Livro fantástico que conta as histórias de um cara que literalmente sempre leva a pior nos relacionamentos. Porém, se você ainda estiver a fim de ler as idéias tresloucadas de uma adolescente de 17 anos, puxa uma cadeira e senta no chão que a gente vai começar!

As 5 regras do amor, não dizem respeito aquele sentimento entre pai, mãe e filhos. esse amor não tem regras, não tem limites e nem explicação. estou falando do amor entre duas pessoas que casualmente se encontram e sentem-se atraídas uma pela outra, no bom português, aquela paixão arrebatadora que pega a gente de vez em sempre! sou suspeita pra falar do assunto. apesar de jovem, já me apaixonei algumas vezes e sofri por outras mais. mas não há nada melhor do que sentir o coração bater acelerado, ter sonhos acordada e sentir que todo aquele vazio que se sentia antes foi substituído por tudo aquilo que sempre se quis.
CALMA!
se você não tem a mínima idéia do que estou falando é porque ainda não conhece a primeira regra do amor:

- # 1
"Mas é exatamente ,quando a gente tá cansado que o coração distrái então a sorte vem!"
(Bruno Miguel - Faz assim).


O amor não tem hora certa pra chegar.
Esqueça tudo o que já foi dito sobre príncipes, cavalos brancos e castelos monumentais. CONTOS DE FADAS NÃO EXISTEM! pelo menos não iguais aos que conhemos desde crianças. O amor é mais ou menos como aquele parente chato: Nunca avisa quando vai chegar e demora muito pra ir embora!
Não há como se preparar, como estudar. não há querer ou não querer.
Simplesmente acontece e essa talvez seja a beleza de tudo.
Encontrar alguém, um outro alguém, que mesmo tão diferente, te completa, te anima, te faz bem.
Vai acontecer assim: Um dia, numa fila de um banco, você lá, doido da vida com a demora, chingando a quinta geração do caixa e de repente ...
um lindo homem pára bem do seu lado e pergunta as horas. mas, a única coisa que você vai conseguir pensar é: droga! por que estou com essa blusa horrível! no fim das contas a sua blusa pouco importará e quando menos se esperar, vocês dois estarão bobos de tanta paixão!
e ai, todas aquelas músicas depressivas e melódicas que você tanto odiava, vão fazer sentido;
perceberá que a saudade é uma doença que não tem fim!
e finalmente, que não era tão autosuficiente quanto pensava.
sim, porque até o momento você se achava completo e confiante de si mesmo.
até o momento.
depois, de encontrar o tal cara lindo do banco a situação vira outra.
suas convicções mudam,
suas vontades mudam,
e seus desejos caem por terra.
num segundo você quer vinho, no outro água.
as coisas se confundem.
ficam incertas.
você perde o chão e por um momento se confunde com o outro alguém.
começa a ficar dependente, carinhoso demais, amoroso demais, demais, demais, demais e acontece o que mais se teme: a relação entra em crise.
o que antes era bom, hoje não faz sentido.
e o pior: essa crise afeta, geralmente, um só lado da moeda, ou seja, uma só pessoa.

mas, caros leitores, isso é assunto pra uma outra conversa...

see ya!


sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sulfite.


Ela é branca como a neve
E assim como eu, ela tem sede de vida
Assim como eu, ela tá curando a ferida
Assim como eu, ela é feliz da vida!
Assim como eu, ela acorda animada
Assim como eu, ela abraça o mundo
E é conseqüentemente querida
Por todos dele
Metade de mim, é força, é coragem
Essa metade de mim, quer partir à qualquer parte
Essa metade branca, essa metade cheia
Cheia de autenticidade, pura inocência e bondade
Sorriso amarelo, sentimento claro
Estupidez pra nós é pura alegria
Motivo de pátifaria!
Porque mesmo com o coração apertado
Nós sorrimos e subimos os degraus
E em um olhar me diz tudo
Feito coincidência e tal
Nós fomos, mas ainda estamos aqui
Com fome de coca cola, suco de maracujá
Com fome de apenas tentar mudar
Porque metade de mim é preta
E a outra metade é branca
Porque metade de nós são sonhos
E a outra metade, é só amor e esperança !

{Chilena - Vulgo, Thais Melendez}

O que ela viu nele?

"E o que ela viu nele?" é o que todos os amigos perguntam em relação as nossas escolhas. E devemos confessar que é o que pensamos sobre as deles também.
Mas vou dizer o que ela viu nele: um jeito sereno de tentar se explicar, mesmo sabendo que as palavras não vão fazer diferença alguma. Um olhar maroto, que vale muito mais do que o Porsche que ele não tem. Uma alegria infantil que o põe menino, mesmo com toda aquela pinta de homem. Ela vê que seus braços se assemelham a muralhas, não permitindo que nada, nem ninguém a machuque. Ele a faz sentir-se a mulher mais linda do mundo, mesmo com um jeans surrado e um tênis malhado. Ela viu um eterno apaixonado, que transforma todos os momentos na “primeira vez.”
"E ele? Que diabos viu nela?"
Viu uma pintinha no lado esquerdo dos lábios, que passa quase sempre despercebida, mas não por ele. Ele vê sim que ela não tem um corpo monumental, tipo Valéria Valenssa, mas ela tem uma coxa roliça e suas mãos são as menores e mais delicadas que ele já tocou. Vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências, e que até hoje não sabe desenhar nada bem. Ela gosta tanto de azul que seu quarto poderia não ter teto, pois assim ela olharia o céu todos os dias. A sua teimosia o irrita, mesmo que seja seu maior charme. E esse jeito durona não o engana, quando ele sabe que na verdade ela gosta de se sentir importante. Mas o que ele mais gosta mesmo, é a certeza de que ela poderia estar com qualquer outro, mas ELE, só ELE, foi o escolhido.
É por isso, e só por isso que eles se amam.
Mesmo que ninguém os entenda.
(special thanks to Martha Medeiros).

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Perdeu, Playboy!

De acordo com uma querida amiga, eu sou um "neném". Isso se deve ao péssimo hábito de chorar todas as vezes em que algo ruim acontece comigo. Perder aquele cara bacana, sair do emprego, levar um belo banho de água fria ou até mesmo conseguir uma "super" nota são motivos suficientes pr'aquele rio de lágrimas. Acreditem, meus caros leitores, é mais difícil do que parece! A voz começa a marejar, os olhos vão ficando úmidos, a cabeça baixa e quando menos se espera... já começou o drama e é impossível parar! A não ser que alguém me dê aquele abraço apertado e diga que "tudo vai ficar bem" (que mentirinha reconfortante!).
Bem, como vocês podem ver, o apelido "carinhoso" não é nada equivocado.
Essa coisa de ser "chorona" já me deixou em apuros, principalmente quando acontece em público e fica evidente que algo está errado. Cansada de me sentir assim e com aquela pontinha de raiva de mim mesma, decidi procurar o mal e cortar pela raiz. Então, entre uma das infinitas conversas com meu pai, soube do motivo pra tanta sensibilidade: "A gente tinha que tomar cuidado com o que dizia pra você, filha". Fiquei chocada, supresa, assustada e todos esses adjetivos que a gente usa pra caracterizar alguém que acabou de levar um grande susto!
Num mundo onde as pessoas são hostís e egoístas, NINGUÉM vai ter "cuidado com o que dizer" pra mim. E acho que esse é o meu maior defeito: achar que as pessoas são boas, todo mundo me ama e que serei feliz pra todo o sempre.
Foi ai que tomei (se não a maior, uma das maiores) decisões da minha vida: É HORA DE CRESCER. Ser madura, adulta, ajuízada é completamente fácil. Difícil mesmo é ouvir um "não" e aprender com ele, ou então receber aquela bronca e ao invés de revidá-la agradecer por ela e guardar como um prêmio. Perder e Ganhar são verbos constantemente conjugados na vida de qualquer pessoa. Um com mais frequência e outro nem tanto assim. Não é possível ser O melhor sempre, mas é preciso dar o melhor de si sempre que necessário.
Afinal, qual o problema em perder aquele gatinho? A gente sempre esbarra em outro alguém tão especial quanto. Empregos arrumaremos outros, com chefes legais ou não. E um banho de água fria é bom de vez em quando pra pecebermos que não estamos com a bola toda!
Encerrando ciclos, fechando portas, concluindo etapas, podemos evoluir e deixar de temer as verdades que inevitavelmente surgem em nosso caminho.
Esse é o meu maior objetivo, entender que na vida, todo fim é apenas um novo começo.