Descrição das Atividades: Dia 3 (03 de setembro)
“Todo
o poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente”.
(Constituição
Federal, parágrafo único, Art. I).
As
atividades do terceiro dia tiveram início com a visita à Controladoria Geral da
União[1].
Ao todo foram ministradas cinco palestras correspondentes às unidades
finalísticas da CGU: Ouvidoria Geral da União, Secretaria Federal de Controle
Interno, Corregedoria Geral da União e Secretaria de Prevenção da Corrupção e
Informações Estratégicas.
(Fonte: CGU,2013)
A primeira palestra foi realizada por
Carlos Gino Alencar, Secretário Executivo da CGU. Em linhas gerais, Alencar
destacou o papel da CGU como órgão de controle interno do governo federal,
responsável pela defesa do patrimônio público e aumento da transparência na
gestão, funções essas executadas através de atividades de controle interno,
auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e dos trabalho desenvolvido pela ouvidoria.
Teve grande
destaque a explanação sobre a LAI – Lei de Acesso a Informação (Lei nº
12.527/2011) [2]. No mesmo sentido,
destacou-se o trabalho da CMRI –Comissão Mista de Reavaliação de Informações[3].
A segunda
apresentação foi realizada por Ronald da Silva Balbe, Diretor de Planejamento e
Coordenador das Ações de Controle - SFC.
Segundo
Balbe, a SFC atua em 4 eixos principais: 1)
avaliação da execução de programas de governo, 2) avaliação da gestão, 3)
orientação e capacitação e 4) ação investigativa.
No que
tange a avaliação da execução de programa do governo, tem destaque o Programa
de Fiscalização por Sorteios Públicos[4]
que, segundo dados da SFC, já fiscalizou 2084 municípios (37,41% do total de
unidades administrativas municipais). Destacou-se o número de 600 auditorias
anuais de contas, 40 mil servidores capacitados entre 2009 e 2013 e ainda mais
de 130 operações especiais entre os anos de 2003 e 2013.
Como
métrica da eficiência e eficácia das ações de controle interno federal, a
Portaria CGU 2.379/2012 define a criação de uma sistemática de quantificação
dos ganhos e prejuízos identificados nas ações realizadas.
A apresentação
sobre a Corregedoria Geral da União foi realizada por Rafael Amorim de Amorim,
Chefe de Gabinete da Corregedoria, que apresentou conceitos como poder
hierárquico, poder disciplinar, sanção/pena, disciplina funcional e
responsabilização jurídica. A última parte da apresentação versou sobre os
resultados alcançados pela CGU em matéria disciplinar, em especial a
importância do Portal da Transparência do Governo Federal[5].
A penúltima
palestra foi realizada por representante da Ouvidoria Geral da União. Evidenciou-se
o contexto de criação das Ouvidorias, que surgem com a finalidade de
compactualizar participação, gestão, democracia e direito.
A Ouvidoria
Geral da União é responsável por “receber,
examinar e encaminhar denúncias, reclamações, elogios, sugestões e pedidos de
informação referentes a procedimentos e ações de agentes, órgãos e entidades do
Poder Executivo Federal”[6].
O órgão também tem como competência a coordenação técnica do “segmento de
Ouvidorias do Poder Executivo Federal, bem como de organizar e interpretar o
conjunto das manifestações recebidas e produzir indicativos quantificados do
nível de satisfação dos usuários dos serviços públicos prestados no âmbito do
Poder Executivo Federal”[7].
Entre os
principais resultados alcançados pela Ouvidoria Geral da União destacam-se o
projeto “Caravana das Ouvidorias: rumo ao sistema participativo”[8],
o “I Seminário Ibero Americano de Ouvidorias/Ombudsman de Mídia”[9]
e, por fim, o aumento do número de Ouvidorias públicas federais, que nos
últimos 10 anos tiveram aumento de 450%,alcançando 180 unidades no país.
Por fim, o
representante da Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações
Estratégicas[10], Renato de Oliveira
Capanena[11], apresentou as principais
ações empreendidas pela secretaria, entre elas a criação do Portal da
Transparência, a Lei de Responsabilização de pessoas jurídicas por ato de
corrupção (Lei 12.846/2013)[12].
Ao final
das palestras, seguimos para o restaurante da CGU.
As
atividades do período da tarde têm início com a visita ao Interlegis[13]
e a apresentação do Seminário “O Senado da
República na cidade constitucional – III”. O início das apresentações foi
realizado por Robson Aurélio Néri, Diretor Geral Adjunto do Senado Federal, com
o tema “Governança Corporativa e Gestão Estratégica no Senado Federal”.
Entre
os assuntos tratados por Neri, entre eles conceitos de governança, a abordagem
mais interessante foi a apresentação do Mapa Estratégico Institucional do
Senador para o decênio de 2013-2023.
A missão definida para o período é a de “Exercer a representação das Unidades da
Federação e as funções legislativa e fiscalizadora, fortalecendo o modelo
democrático federativo, incentivando a participação da sociedade e a integração
dos Estados, e promovendo, com justiça social, a qualidade de vida do povo
brasileiro”. Para tanto, são definidas quatro dimensões estratégicas, a saber:
sociedade, transparência, legislativa e gestão de recursos internos. Os quatro
itens acima descritos representam a completude das relações entre o Senado, sua
organização interna e a sociedade.
A apresentação tem continuidade com
a fala de Helena Celeste Vieira, Coordenadora da Biblioteca do Senado Federal.
A palestrante dá inicio a apresentando as diferenças entre dado, conhecimento,
informação e sabedoria, destacando também a importância do conhecimento – e de
sua perpetuação – nas organizações – públicas ou privadas.
À Secretaria de Gestão de Informação
e Documentação[14],
subordinada a Diretoria Geral do Senado, compete “planejar,
coordenar, implantar e supervisionar as políticas de Gestão da Informação e
Documentação no Senado Federal” (Senado Federal, 2013). Evidencia-se a
importância da Secretaria na operacionalização das exigências realizadas pela
Lei nº 12.527/11, a Lei de Acesso à Informação.
A
terceira apresentação do Seminário foi realizada por Orlando de Sá Cavalcante
Neto, Consultor Geral de Orçamento do Senado Federal. Cavalcante apresentou
conceitos sobre o Orçamento Público, destacando duas iniciativas empreendidas
pelo governo federal: O SIGA Brasil e o Orçamento Fácil.
O
SIGA Brasil[15] é
sistema de informações sobre o Orçamento Público Brasileiro que facilita o
acesso ao SIAFI[16] e
outras bases de dados sobre o tema.
O
Orçamento Fácil[17] é uma
interessante plataforma digital que apresenta conceitos introdutórios, mas
extremamente pertinentes e essenciais, sobre as funções do Orçamento Público,
as peças que o compõem, bem como aspectos legais que regulam a sua construção.
O programa é uma construção lúdica, baseada em vídeos e jogos, que estimula o conhecimento
e a participação por parte da população. Foi especialmente interessante ouvir –
e conhecer! – essa iniciativa.
Após
a tarde de apresentações no INTERLEGIS, seguimos à Universidade de Brasília –
UnB, para o III Seminário USP-UNB - Universidade de Brasília – O direito achado
na rua, ministrado pelo Professor José Geraldo Souza Junior.
O
terceiro dia foi cansativo e agitado. Por isso, esperava-se que a palestra do
Profº Geraldo Souza pudesse “passar em branco”, por ser o evento final que teve
início as 21h. Por (nossa) sorte, não foi assim. Geraldo recebeu a todos os
alunos com um aperto de mão na porta do auditório da universidade. Brincou,
riu, apresentou estudantes, professores e orientandos e deu início a fala. O
professor Geraldo é, sem sombra de dúvidas, uma pessoa sábia. Sábia, pois é
conceitualmente inteligente, mas também humilde e atencioso com todas as
intervenções e todos os que intervêm – estabelecendo relações com as falas dos
participantes, suas perguntas, criando novos questionamentos a partir destas.
Geraldo
Souza Junior falou sobre o tema do “direito achado na rua”[18]
[19],
concepção que, sob minha interpretação, trata-se de uma nova interpretação
(jurídica) sobre a atuação de movimentos e grupos sociais. Representa,
portanto, uma visão distinta do status quo jurídico, através da qual todo grupo
e/ou indivíduo atua sobre sua realidade, produzindo significados e mudanças,
portando-se, assim, como um protagonista em si.
Essa
nova concepção tem se apresentado como importante instrumental para a análise
dos recentes movimentos sociais que enxergam a rua, o espaço público, como
importante símbolo para a concretização das demandas sociais. A ocupação deste representa
o reconhecimento dos excluídos, que por décadas não tiveram direito a voz ou
participação.
A
palestra do Profº Geraldo Souza foi a melhor atividade da Cidade
Constitucional. Eu não poderia terminar sua descrição sem citar uma das frases
mais marcantes ditas por ele: “O direito não deve andar a frente ou atrás dos
cidadãos, mas sim ao seu lado”.
[1] Controladoria Geral da União – CGU: http://www.cgu.gov.br/
[2] Orientações para a implementação da lei de acesso à
informação nas ouvidorias públicas: http://www.cgu.gov.br/publicacoes/ColecaoOGU/Arquivos/OGU-Implementacao_LAI.pdf
[3] Comissão Mista de Reavaliação de Informações: http://www.acessoainformacao.gov.br/acessoainformacaogov/comissao-mista/index.asp
[4] Programa de Fiscalização por Sorteios Públicos: http://www.cgu.gov.br/controleinterno/AvaliacaoExecucaoProgramasGoverno/Sorteios/index-sorteios-estados.asp
[5] Portal da Transparência do Governo Federal: http://www.portaltransparencia.gov.br/
[6] Ouvidoria Geral da União: http://www.cgu.gov.br/ouvidoria/
[7] Idem.
[8] Caravana das Ouvidorias: rumo ao sistema
participativo. http://www.cgu.gov.br/Imprensa/Noticias/2013/noticia06113.asp
[9] I Seminário Ibero Americano de Ouvidorias/Ombudsman
de Mídia http://www.cgu.gov.br/ouvidoria/Destaques/20130304-seminario-iberoamericano.asp
[10] Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações
Estratégicas: http://www.cgu.gov.br/cgu/quemequem/SPCI.asp
[11] Renato de Oliveira Capanena é Coordernador- Geral de
Promoção da Ética, Transparência e Integridade.
[13] Interlegis - http://www.interlegis.leg.br/
[15] SIGA Brasil: http://www12.senado.gov.br/orcamento/sigabrasil
[16] Sistema Integrado de Administração Financeira –
SIAFI: https://www.tesouro.fazenda.gov.br/siafi
[17] ORÇAMENTO FÁCIL: http://www12.senado.gov.br/orcamentofacil
[18] A Construção Social da Cidadania: O direito achado
na rua: http://www.fd.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=247%3Aa-construcao-social-da-cidadania-o-direito-achado-na-rua&catid=180%3Acad-noticias-menor-impacto&Itemid=2829&lang=br
[19] O Direito
Achado na rua – disciplina da Faculdade de Direito da UnB: http://www.fd.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=230%3Ao-direito-achado-na-rua&catid=74&Itemid=1411&lang=br
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